quarta-feira, 1 de julho de 2015

CARATINGA: 

CIDADE DAS PALMEIRAS E DE ESCRITORES

“Quem lê sabe mais, muito mais… quem lê fica grande rapidinho, quem não lê vai ficando pra trás, encolhendo coitadinho”. Esta cantiga resume muito bem a importância da leitura, mostra a dicotomia que faz parte do mundo das letras.
Discutir a relevância da leitura, principalmente em tempos de terceiro milênio, acredito que não se faz necessário, é fato. Entretanto, ainda não é um hábito presente na vida de milhões de brasileiros, mesmo sendo importante. A boa notícia é que pesquisas recentes vem mostrando que este cenário está se alterando. Que bom!
E para isto continuar acontecendo é necessário, cada vez mais, que iniciativas fomentem o gosto pela leitura, provocando a inserção de uma maior quantidade de pessoas neste mundo de portas infinitas, onde o maior obstáculo é a imaginação.
Caratinga conta com um número expressivo de pessoas que são responsáveis por um variado “cardápio” de obras literárias. São escritores, amantes das artes transfiguradas em letras, das publicações. Com um esforço de memória citarei alguns: Izau Christofer, Camilo Lucas, Edra Amorim, Orides Gomes, Nelson Sena, Marilene Godinho, Ziraldo, Míriam Leitão, Hélio Amaral, Flávio Anselmo, Eugênio Maria Gomes, Monir Ali Saygli, Tracy Gomes, Joice Meire Rodrigues, Gilberto Rodrigues Vieira, Joaquim José da Silva Rodrigues, Raul Miranda, Ruy Castro, Maxs Portes, José Geraldo Batista, Águida Pereira, Juarez Gomes de Sá, Valter Zavatário, Thiago Silva, Flávio Mateus e este escriba.
Observem quantas pessoas têm obras publicadas que são ou se tornaram, de alguma forma, referência na terra das palmeiras. Portanto, que oportunidade elas apresentam para o município, para o desenvolvimento do capital humano da nossa cidade. E o que poderia ser feito? Vejamos algumas possibilidades.
Oficialmente, em 2009, foi lançado o “Dia do Escritor de Caratinga”, que a partir de então é comemorado no dia 1° de dezembro. Anualmente, um concurso literário poderia estimular a visibilidade desta data e com base nela incentivar novos escritores e por consequência leitores.
O território de Caratinga é composto por alguns distritos, e como diria o cantor mineiro Milton Nascimento, o “artista vai onde povo está”. Imaginemos a possibilidade da existência de um ônibus recheado de obras dos nossos escritores, devidamente “envelopado” (caracterizado) e transformado em uma biblioteca itinerante. Em datas pré-estabelecidas e divulgadas, o “ônibusteca”, periodicamente, poderia visitar todos os distritos levando consigo as obras dos escritores de Caratinga, fomentando assim, a cultura, a arte… através de oficinas, espaços para leitura, empréstimos e doações de livros.
Nossa polis, para muitos, é considerada uma cidade universitária. Milhares de estudantes frequentam diariamente nossa cidade. Há um leque de cursos que traduzem as diversas áreas do conhecimento. No mês do aniversário da cidade, poderia iniciar e virar tradição a existência de uma Feira do Livro, onde autores e editoras pudessem expor, lançar e divulgar seus trabalhos literários. Sonhemos com a possibilidade de ver, o estacionamento da UNEC II ou até mesmo a Praça da Estação (ou qualquer outro lugar), estruturada para a realização da Feira do Livro, que poderia contar ainda com um ambiente gastronômico e shows ao vivo (estilo barzinho), durante as noites frias de junho. Uniríamos a comida de boteco com o estímulo à leitura.
Tenho consciência, que falar é fácil, que uma ideia transita em uma série de limites, que para todos estes projetos é necessário recursos, financiamentos. Mas sei também que o nosso potencial literário é vastíssimo e não podemos continuar menosprezando mais esta forma de fomentar a nossa tímida economia, o desenvolvimento local e o mais importante, a valorização das pessoas. Se os livros dão asas… que eles sejam os nossos guias! E o que não falta são exemplos, mundo afora, de cidades, países… que se transformaram a partir do momento em que os livros se tornaram uma das suas prioridades.
Walber Gonçalves de Souza é professor. 
(Artigo publicado no Jornal Diário de Caratinga 30/06)

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